A Noite dos Mortos Vivos 3D - A Desconstruição de Um Clássico



Apesar de não ser o primeiro filme de zumbi da história como muitos dizem, A Noite dos Mortos Vivos foi um dos filmes mais importantes e influentes da história, filme esse que serviu como molde do que se tornaria os filmes de zumbis de hoje em dia. George Romero não sabia em 1968 que seu pequeno grande filme logo mudaria o gênero terror e traria a tona o subgênero de zumbi tão popular hoje em dia.


A Noite dos Mortos Vivos foi o primeiro da Trilogia dos Mortos do Romero, que seguiram com Despertar dos Mortos (Dawn of The Dead que também virou uma franquia italiana intitulada Zombie e ganhou um remake digno nas mãos de Zack Snider) e Dia dos Mortos de 1985 (Que inclusive teve uma continuação/prelúdio picareta lançada direto em DVD e um remake horrendo em 2008). Pouca gente sabe que além de influente, A Noite dos Mortos Vivos virou uma obra de domínio publico, ou seja, qualquer produtor picareta podia botar as mãos no titulo sem se preocupar em comprar os direitos sobre a obra, algo que alguns tiraram proveito.

Em 2006 foi lançado a bomba, A Noite dos Mortos Vivos 3D, dirigido por um tal de Jeff Broadstreet e rodado em 3D anaglifo - aqueles óculos coloridos de papel - muito antes do 3D virar algo recorrente em produções de Hollywood. Trata-se de uma produção de quinta, onde nada além do efeito 3D funciona e chega a ser um grande desrespeito ao titulo e a obra original.

Pensem comigo: George Romero fez um filme pequeno, que mesmo com o baixo orçamento e produção limitada é uma obra prima do gênero e em 1990 produziu uma refilmagem com produção melhor nas mãos de Tom Savini que é digna da obra original. Pra quê outro filme????? Por quê tentar fazer algo que já tinha sido feito de forma certa duas vezes???? Se a ideia era desconstruir uma obra, realmente os envolvidos fizeram um ótimo trabalho, nesse que pode ser considerado o pior filme inspirado ou copiado do George Romero, superando até Dia dos Mortos 2: O Contágio e a refilmagem Dia dos Mortos de 2008.

O enredo como já é de se esperar, é uma cópia do filme original, Barbara e Johnny estão indo ao cemitério para levar flores pra mãe no cemitério quando são atacados por mortos vivos. O roteiro (Que roteiro?!?!) tem algumas mudanças: O Johnny não morre na primeira cena, consegue fugir de moto, deixando a irmã pra trás (!)  O Ben é branco e jovem (Mas que porra?!), a casa de fazenda não está abandonada e há o acréscimo de uns maconheiros e jovens transantes, sem contar o Sid Haig aparecendo hora ou outra sem acrescentar nada ao filme.

Que meeeeerda!!!!!! Infelizmente esse é o problema de uma obra ser de domínio publico, os envolvidos fazem o que quiser com a obra sem ter nenhum problema. E mesmo com a grande rejeição por parte do público, o filme ainda ganhou uma continuação dirigida pelo mesmo Jeff Broadstreet, também em 3D e lançado direto em DVD.


Sinceramente não sei o que passou pela cabeça do diretor desse filme, nem pela cabeça dos envolvidos na produção em fazer algo tão ruim. É notável que nenhum dos envolvidos é de fato um apreciador de filmes de terror, nem reconhecem a importância da obra original. O que vemos no decorrer do filme é uma grande desculpa pra criar cenas em 3D (Seria muito melhor simplesmente converter o original pra esse formato, não?), com cenas de zumbis estendendo as mãos em direção ao expectador, coisas sendo atiradas na tela e um maconheiro passando o beck pro público. Enfim, uma tosqueira sem fim.


Vale destacar também que mesmo sendo uma nova versão do filme do Romero, A Noite dos Mortos Vivos existe num universo paralelo ao filme, sendo até exibido na televisão na cena que a Baraba entra na casa de fazenda. Tosquice pouca é bobagem!

Pronto, já cansei de falar dessa merda, nem vale a pena entrar em mais detalhes sobre como esse filme é uma verdadeira piada de mal gosto e ofensa a obra original. O graNde destaque é o 3D, mas de nada serve já que o filme em si é uma merda.

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