
O grande mérito desse filme é ser diferente do filme de Sam Raimi. A mudança de tom e estilo foi a carta na manga. Afinal se é para fazer igual, melhor não fazer! Os produtores sabiam o quanto o clássico de 81 era único e só usaram o argumento e entregaram um filme diferente, do mesmo jeito que Despertar dos Mortos é diferente de Madrugada dos Mortos. Fede Alvarez prometeu um filme sem CGI, e em partes cumpriu a promessa.
Boa parte dos efeitos especiais são praticos, e grande parte bem realista, com destaque para a maquiagem em cenas de violência em que alguém mutila alguma parte do corpo, algo recorrente no filme. Os efeitos em CGI estão presentes sim, mas passam completamente despecebidos e estão bem realistas também. A direção de Fede Alvarez nem de longe é segura como a de Sam Rami no filme original. Os movimentos de câmera e visão subjetiva, que era uma caracterista do filme original ficou de fora.
O roteiro traz algumas sacadas interessantes, mesmo que algumas mal desenvolvidas. Diferente do livro do filme original, aqui o livro dá detalhes sobre as possessões demônicas, com figuras e uma profecia que anuncia o apocalipse e a chegada da besta depois de uma chuva de sangue. Algo que passou despercebido pela maioria é que o visual do filme é idêntico ao remake de O Massacre da Serra Elétrica, a fotográfica e os tons de cores empregadas na tela, lembram muito o visual. Já tinha notado isso no trailer e notei ainda mais no filme. Até mesmo a cenas que se passam de manhã na floresta parecem ter sido tirados do filme do Marcus Nispel. Além do visual, é impossível não notar as influências do clássico O Exorcista, que vão desde a maquiagem dos possuídos, até as blasfêmias, com falas do tipo: "Sua Mãe está sendo estuprada no inferno".
Se for comparar prefiro os possuídos do original, pulando em cima das vitimas enquanto diziam "Join Us", porém não tem como não destacar que os possuídos desse filme também tem caracteristicas de destaque, como se alto mutilar, rendendo boas cenas como aquela no banheiro em que uma das personagens rasga a boca com um pedaço de vidro quebrado.
Há alguns (poucos) pontos bem fracos nesse filme, a principal é mostrar o demônio encarnado, fora dos corpos; aparecendo com o mesmo visual da pessoa possuída. Logo no começo mostra a personagem Mia, vendo o demônio na floresta como uma visão de si mesma possuída. Algo que já havia sido visto em outras produções.
Em alguns momentos os tais demônios parecem fantasmas de filmes de terror japonês, com direito a cabelo na frente do rosto e se arrastando pelo chão. Tem vários furos de roteiro, a principal e mais grosseira é aquele da cabana ser dos pais de David e Mia, e a familia nunca ter visto o porão cheio de animais sacrificados e o tal livro dos mortos. Duas cenas no trailer ficaram de fora da versão final do filme.
Aquele cena em que o demônio canta a canção clássica do filme original: "We gonna get you, we gonna get you, not another peep, time to go sleep", e aquela cena que mostra o personagem David cortando alguém com uma moto-serra, jorrando sangue pela cabana. As duas cenas fizeram falta na versão final, é quase certo que saiam em uma versão estendida do filme em DVD e Blu-ray.
As cenas de violência são espetáculo, temos mutilação, gore, muito gore, sangue aos litros, desmembramento, todas as cenas muito bem realizadas e com efeitos práticos, algo que anda em falta no gênero ultimamente. A cena "Feast on this, motherfucker" já pode entrar pra lista das cenas mais memoráveis do cinema terror.
Como já foi dito antes o filme não se compara ao original, mas merece sim o título Evil Dead e também não o filme não faz jus a tagline " O Filme Mais Apavorante Que Você Verá Nessa Vida". A Morte do Demônio 2013 é um filme que cumpre o que promete, assim como todo filme tem seus defeitos e suas qualidades. De modo nenhum mancha a imagem do clássico ou tira seu mérito. Dois filmes que foram feitos para serem vistos, revistos e apreciados pelos fãs do terror.
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